E as explosões continuam

A idéia era boa. Muito boa por sinal. Mas já não vai para frente. Meliantes interessados em furtar cédulas de caixa eletrônico descobriram que explodi-lo para acessar o compartimento em que o dinheiro fica armazenado é menos custo que usar um maçarico. As explosões se tornaram frequentes, especialmente no estado de SP. Muitas apreensões de explosivos foram realizadas, evidenciando que esse modus operandi estava se alastrando. Como combater tal prática?
Surgiu a idéia de acoplar um dispositivo no compartimento de cédulas que, quando explodido, mancha as notas com uma tinta permanente. Pronto! Tínhamos um marcador! Agora bastava que os bancos não mais aceitassem tais cédulas marcadas e as explosões seriam desencorajadas. Funcionou bem, até que cédulas manchadas começaram a ser expelidas por caixas eletrônicos em atividade normal: o correntista ia sacar dinheiro e (surpresa!) recebia cédulas manchadas da máquina. Como o banco não mais as receberia, o comércio também passou a não recebê-las. Agora o correntista tinha seu saldo reduzido e notas inválidas nas mãos. E agora José?
A determinação foi que os bancos voltassem atrás e aceitassem as cédulas manchadas. De que adiantou o brain storm parar elaborar um sistema para desencorajar as explosões? Nada. Pior: destruir cédulas de dinheiro é crime. Quem vai preso?
Não sei se as cédulas extraídas pelos correntistas foram manchadas por um mau funcionamento dos dispositivos dos caixas, ou porque os bancos aceitaram inadvertidamente cédulas manchadas e abasteceram os caixas com tais cédulas. O fato é que uma boa idéia mal executada gera mais problemas que soluções.